29 de set. de 2023

O Caminho do Meio na Umbanda

Depois que entramos na Umbanda, a jornada é de aprendizado. No princípio quando tudo é novo nos preocupamos com coisas triviais, mas que pro neófito é de um encantamento tremendo: velas, pontos, riscos, teurgia, teologia.

Depois vem a fase crítica, sabendo diferenciar o básico do profundo, o que interessa é a história. Percebemos que como qualquer religiosidade, a Umbanda tem suas ranhuras e contradições no processo de formação. 

Já num 3° momento, com domínio ritual e percepção histórica, vem então o impulso e a vontade de autonomia. Considero essa a fase mais importante, pois nesse momento é onde você já entendeu as sombras da religião e também está tateando as próprias sombras como humano. 

Nessa fase, entende que não basta religião para se entender, é necessário mais que isso, um aprofundamento no qual a religião é apenas suporte. Saber suas limitações, curar traumas, se desligar de toxinas existenciais. Não é um pai de santo que fará isso por você. Requer uma série de outras ações e iniciativas que cabem apenas a si mesmo. Nesse processo surge a verdadeira conexão, de auto cura, e de encontro com a verdadeira identidade da sua vida. 

Isso é mais isolado, mais a margem, uma certa despreocupação em agradar.

Não se faz a Umbanda só com a egrégora, nem só Umbanda com terreiro e teoria, a Umbanda sem os caminhos dos umbandistas em suas individualidades não é nada. 

Existe o entender que não consegue crer, e o crer que carece de entender, e a Umbanda está submersa e tocada por mentes presas nessa dualidade castradora. 

Só no caminho do meio que é possível encontrar a verdade. Pois é a alquimia que envolve a si mesmo no processo, sem colocar um líder ou uma egrégora acima, mas sim no mesmo patamar. Não existe fogo sem combustível, e sem corpos pulsantes não há religião. Religião por si só, teoria por si só, são como o sol regendo o planeta Netuno.

Se a Umbanda é culto brasileiro à ancestralidade, o seu papel é a busca pela conexão do que o toca, o que o energiza. Fazer algo diferente disso para agradar ou atender expectativas é anular o próprio propósito e sentido da vida. 

Na vida de um ser, a Umbanda é ferramenta, se for algo mais que isso, se diante dela você se sente menor, é momento de se avaliar... pois ela está pra te fortalecer e ajudar no processo.. Ela em si não é o processo... Acorde!


Laroye Exu Pirata!

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