27 de set. de 2018

Entenda a tradição do Caruru no dia de Cosme e Damião


Em dias de festa de São Cosme e Damião, é comum vermos nos terreiros o delicioso prato chamado Caruru sendo servido as pessoas. O que pouco se sabe é que essa tradição tem uma ligação histórica direta com as origens do Candomblé. Tradicionalmente o carurú é feito de quiabo, castanha, camarão seco e leite de côco – é servido acompanhado de arroz, farofa, xixim de galinha, feijão fradinho, rapadura e pipoca.




A Origem do Caruru através do Candomblé


A tradição do caruru de Cosme e Damião chegou ao Brasil durante o período da escravidão. A origem vem do candomblé e a homenagem é para as divindades (Orixás) gêmeas, conhecidas como Ibejis. 

Os nomes das entidades são: Taiwo e  Kehinde. A homenagem à eles vem através de uma festa onde as crianças são o destaque e são oferecidos, além do tradicional caruru, bolinhos e doces, que são iguarias infantis.

A relação com São Come e São Damião, que também eram irmãos gêmeos, veio através do sincretismo religioso, ocorrido durante os séculos XVIII e XIX, período de escravidão dos negros africanos no Brasil. Na época, os escravos eram proibidos de professar a sua própria religião. Então, para poderem fazer suas adorações, eles adaptavam as suas divindades (Orixás) com os santos da Igreja Católica (única religião permitida no Brasil na época) para não sofrerem retaliações.

Então, por serem gêmeos e serem crianças, os escravos adaptaram os Ibejis como equivalentes aos santos gêmeos médicos São Cosme e SãoDamião.

Apesar de ser um evento que veio do Candomblé, através do sincretismo, uma das tradições do “Caruru” faz parte da história dos santos São Cosme e São Damião: a distribuição de balas. Isso porque eles, desde pequenos, eram médicos e cuidavam de doentes, em grande parte crianças, na região da Península Arábica sem cobrar dinheiro. Por isso, as pessoas criaram o costume de distribuir os doces para homenagear os santos ou cumprir promessas feitas a eles.

Cosme e Damião morreram por volta do ano 300 d.C. degolados, vítimas de uma perseguição do imperador romano Deocleciano. Eles também são considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina.

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