Trabalhamos juntos, eu e Abilinho, num grupo mediúnico durante anos. Abilinho como doutrinador e eu como seu auxiliar. Coube a mim, certa feita, dialogar com um espírito que havia sido político na sua última existência através de um médium psicofônico.
O Espírito comunicante se encontrava atordoado. Gritava enlouquecido e pedia perdão pelas suas faltas. Dizia-se arrependido porque havia perdido uma existência inteira. Tinha reencarnado para auxiliar as pessoas no exercício da política e houvera fracassado.
Fracassara frente ao desafio quando todos os recursos foram-lhe conferidos por Deus para sua vitória, que seria trabalhar por um país mais justo. Desviara dinheiro público (que é do povo) que deveria ser aplicado na educação, saúde, transporte e infraestrutura para benefício próprio.
E gritava desesperadamente: – Minhas mãos, cadê minhas mãos?
O Espírito carregava um grande sentimento de culpa, a lei divina fizera com que suas mãos – que sempre se apresentavam sujas na vida terrena – desaparecessem aos seus olhos. Encontrava-se mutilado.
Ninguém engana a Lei de Deus que é inexorável e incorruptível.
Após o diálogo esclarecedor e a assistência espiritual necessária para o caso, afastou-se um pouco melhor e mais calmo.
Por: Fernando Rossit
Fonte. www.kardecriopreto.com.br