Deus tanto cria e gera quanto paralisa a criação que não
mais atende aos seus desígnios e paralisa a geração que não atende à sua
vontade. Essa sua qualidade paralisante é um recurso para paralisar tudo e
todos que estiverem criando ou gerando em sentido contrário (desvirtuado) ao
que Ele estabeleceu como correto (virtuoso). No vídeo abaixo falamos sobre a diferença entre Omolu e Obaluaê. Confira:
E aí surge Omolu, divindade unigênita gerada nessa qualidade
de Olorum, que o tornou em si mesmo esse seu recurso paralisador de toda a criação
ou geração desvirtuada.
Omolu é o Orixá que rege a morte ou o instante da passagem
do plano material para o plano espiritual (desencarne).
Omolu, divindade unigênita, tanto gera em si como gera de
si.
Quando gera em si, faz surgir sua hierarquia de Tronos
Cósmicos, ativos, implacáveis e rigorosíssimos com toda criatividade e geração
desvirtuada, desequilibrada, emocionada ou contrária aos 7 sentidos da vida.
Religiosidade contrária ao sentido da Fé, lá está Omolu
Cristalino para paralisá-la e esgotá-la.
Conhecimento desvirtuado das verdades, lá está o Omolu
Vegetal para anulá-lo e esgotar quem o está difundindo.
Enfim, Omolu, como qualidade paralisante, também está em
todas as outras qualidades e será ativado assim que seus irradiadores ou os
beneficiários delas se excederem ou se omitirem.
O Mistério Omolu transcende a tudo o que possamos imaginar e
as lendas as limitaram a alguns de seus aspectos, na maioria punitivos,
tornando-o temido e evitado por muitos adoradores dos Orixás.
Se Omolu rege sobre o "cemitério" e sobre os
espíritos "mortos" é porque esses espíritos atentaram contra a vida
ou algum dos seus sentidos. Logo, só deve temê-lo quem assim proceder, pois aí,
queira ou não, será alcançado por sua irradiação paralisadora que atuará sobre
seu magnetismo e o enviará a um meio, onde só seus afins desequilibrados vivem.
"A cada um, segundo o seu merecimento", é o que
diz a Lei. Lá o Mistério Omolu aplica este princípio em seu aspecto negativo e
o define assim: "A cada um, segundo os seus atos. Se positivos, que sejam
conduzidos à luz da vida, mas se negativos, que sejam arrastados para os
sombrios domínios da morte dos sentidos e sentimentos desvirtuadores da
vida".
Omolu é o guardião Divino dos espíritos caídos.
O Orixá Omolu guarda para Olorum todos os espíritos que
fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus
vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são
atributos da Lei Divina.
[Texto extraído do livro: Doutrina e Teologia de
Umbanda Sagrada, pág 171/172]