DIA DA SEMANA: quarta-feira
CORES: laranja, amarelo
SÍMBOLOS: espada, escudo
ELEMENTO: água
PLANTAS: ipoméia, mangueira, manjericão, rosa branca
ANIMAIS: galinha d’angola
METAL: cobre
COMIDA: moqueca de ovos, abará, amalá, padê. Manga espada
BEBIDA: champanhe
SINCRETISMO: Santa Joana d’Arc (30.5)
DOMÍNIO: águas revoltas
O QUE FAZ: defende a justiça, procura refazer o equilíbrio.
QUEM É: a companheira mais austera de Xangô.
CARACTERÍSTICAS: responsável, equilibrada, justiceira, séria, reprimida, invejosa, ressentida, intrigante.
SAUDAÇÃO: Obá Xirê!
ONDE RECEBE OFERENDAS: rios revoltos, nas cachoeiras
RISCOS DE SAÚDE: problemas de ouvido e garganta, fraqueza de vários órgãos.
PRESENTES PREDILETOS: um perfume ou adereço, flores amarelas, suas comidas e bebidas.
LENDAS:
(1) Obá era uma das mulheres de Xangô, mas ela não era nem aventureira como Iansã, nem dengosa como Oxum; por isso, se sentia desprezada pelo marido. Percebendo que Xangô gostava da comida feita por Oxum, pediu-lhe que a ensinasse a cozinhar. Para enganá-la, Oxum cobriu a cabeça com um pano, fez uma sopa de cogumelos e disse que era o prato preferido de Xangô, uma sopa com suas orelhas. Obá fez uma sopa em que colocou uma de suas orelhas. Quando Xangô chegou, ela o serviu toda contente, mas quando ele viu a orelha, ficou enojado e brigou com ela. Nisso, Oxum tirou o pano da cabeça, mostrando as orelhas perfeitas, e começou a rir. Furiosa, Obá se atirou sobre ela e as duas brigaram até que Xangô explodiu de raiva, fazendo as duas fugirem e se transformarem em rios. É por isso que, ao dançar, Obá cobre uma orelha com o escudo.
(2) Obá vivia em companhia de Òsún e Oyá, no reino de Oyó, como uma das esposas de Xangô, dividindo a preferência do reverenciado Rei entre as duas Iyabas acima citadas.
Obá percebia o grande incesto que Xangô tinha por Òsún, que mimosa e dengosa, atendia sempre a todas as preferencias do Rei da cidade, sempre servindo e agradando aos seus pedidos.
Obá resolveu então, perguntar para Òsún qual era o grande segredo que ela tinha, para que levasse a preferencia do amor de Xangô, vez que Oyá, andava sempre com o Rei em batalhas e conquistas de reinados e terras, pelo seu gênio guerreiro e corajoso e Obá era sempre desprezada e deixada por último na lista das esposas de Xangô.
Òsún então, matreira e esperta, falou que seu segredo era em como preparar o amala de Xangô princípal comida do Rei, que lhe servia sempre que deseja-se bons momentos ao lado do patrono da justiça.
Obá, como uma menina ingenua, escutou e registrou todos os ingredientes que Òsún falava a ela que era de extrema importância para a realização de tal culinária, sendo que por fim Òsún, falou que além de tudo isso, tinha cortado e colocado uma de suas orelhas na mistura do amala para enfeitiçar Xangô.
Obá agradeceu a sinceridade de Òsún e saiu para fazer um amala em louvor ao Rei, enquanto Òsún, ria da ingenuidade de Obá que, sempre atenta a tudo, não percebeu que Òsún mentirá, pois ela encontrava-se com suas duas orelhas, e falará isso somente para debochar de Obá.
Obá em grande sinal de amor pelo seu Rei, preparou um grande amala, e por fim cortou uma de suas orelhas colocando na mistura e oferecendo à Xangô como gesto de seu sublime amor.
Xangô ao receber a comida, percebeu a orelha de Obá na mistura, e bravejou e gritou, e expulsou Obá do reino de Oyó, sem por fim nem explicação considerar. Obá triste e desiludida, fugiu para bem longe e nunca mais voltou aos dominios de Xangô, tendo hoje em dia, como sua arqui-rival em todos os candomblés do Brasil e do mundo, Òsún como sua grande malteitora em relação ao amor de Xangô.