23 de set. de 2018

Iemanjá, a Protetora de seus Filhos


Conta-se que a rainha de uma tribo africana era casada com um rei autoritário. Eles tiveram alguns filhos, porém o rei os devorava antes mesmo deles crescerem. Ele dizia que não queria correr o risco de ser destronado por nenhum herdeiro.

Cansada dessa situação a rainha em sua última gravidez planejou fazer algo diferente. Ao invés de entregar o novo filho ao rei, em seu lugar deu-lhe uma cabaça embrulhada em um pano. Ele comeu e passou mal, e enquanto repousava a rainha pegou o filho no colo e fugiu a oeste até chegar no mar.



Ali ela cuidou de seu filho até que crescesse e se tornasse um exímio guerreiro, ela explicou a ele sobre as atrocidades que seu pai havia cometido e o preparou para o pior. Quando o rei acordou foi a oeste atrás da rainha, e quando chegou na beira do mar deu de frente com o filho crescido. Eles guerrearam até que por fim o filho matou o pai e saiu vencedor. 

O filho feliz disse à rainha para retornarem ao reino e que ele seria o novo rei, justo e bondoso, assim como a mãe. Porém, ela disse não querer mais a vida de rainha, que preferia ficar no oeste cuidando da pequena casa que eles moraram durante aquele período na beira do mar.

O filho aceitou o pedido da mãe e voltou ao reino, casou-se com a princesa de uma tribo vizinha, e todos os filhos que eles tiveram, mandavam para oeste na casa da antiga rainha, para que aprendessem com ela a se tornarem guerreiros exímios, justos e bondosos.

Essa mulher ficou conhecida como Iemanjá, a grande mãe. A mulher que abriu mão do reino dos homens para se tornar a rainha e dona de sua própria vida.

Esse conto nos mostra que na história da espécie humana, houve um tempo em que não havia espaço para o amor e a compaixão, pois os homens estavam inteiramente preocupados com o poder e as guerras. É assim que surge a figura de Iemanjá e sua importante contribuição para a evolução.

É quando Iemanjá chamou a responsabilidade para si que então a Terra teve espaço para uma nova mentalidade humana. Iemanjá mostrou aos homens que não basta ser guerreiro e lutar pelo poder, mas é preciso também amar e respeitar o seu próximo. É preciso haver uma cisão entre o animal instintivo que nós naturalmente somos e o ser racional que precisamos ser.

Ela rompeu com os padrões antigos patriarcais ao não concordar com o antigo rei, e nos inseriu em uma nova era de esperança e evolução quando não deixou que seu filho fosse devorado pelo pai. 

Se avaliarmos, nós somos enfim descendentes desse filho que Iemanjá salvou, e sempre que sentirmos o peso do mundo a nos devorar é a ela que devemos clamar.. Ela nos acolherá e nos ajudará a sair muito mais fortes dessas situações.

Odociaba Mãe Iemanjá

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