Sabe-se através dos estudos arqueológicos que os seres
humanos testam plantas desde muito antes da era cristã. Há ainda muitas dúvidas em relação à
toxicidade de algumas ervas e se podem ser consumidas na alimentação e mesmo no
uso ritualístico na forma de banhos e defumações.
Algumas pessoas são realmente sensíveis a alguns componentes
fitoquímicos, sendo a elas proibitivo o uso de determinadas substâncias. Ervas
clássicas como arruda, guiné, alecrim, sálvia podem, de acordo com a quantidade
do uso, ter seu grau de toxicidade capaz de prejudicar a saúde humana. Era e ainda é comum ouvirmos a frase: o que
os bichos comem o homem pode comer. Mas não é essa a realidade.
Por exemplo: as sementes do azevinho que são muito
apreciadas pelos pássaros são altamente tóxicas para nós, seres humanos.
Quanto aos banhos e defumações, que é o assunto que nos
interessa aqui, vale lembrar que muito já foi testado na prática. Assim como na
medicina natural e na alimentação, onde pessoas passaram mal e até chegaram ao
óbito pelo uso descontrolado de alimentos e recursos da natureza que não se
podia aquilatar o perfeito funcionamento no organismo humano, os elementos
usados ritualisticamente foram testados, como disse, na prática pelos nossos
antecessores religiosos, de forma empírica mesmo, ou seja, aprendendo uns com
os outros.
Banhos de arruda, guiné, ervas quentes, agressivas para os
acúmulos energéticos negativos, podem, se ingeridas, provocar danos à saúde,
mas podemos de forma controlada, com bom senso, nos servirmos delas para os
banhos e defumações.
Os escravos, ao encontrarem longe de sua terra natal ervas
diferentes das suas conhecidas, não testavam na sua cabeça, ou melhor, tomavam
o cuidado de não deixar cair nos olhos, boca, nariz, pois não sabiam dos
efeitos a médio ou longo prazo. Imediatamente ao passar uma erva na pele já dá
pra saber se desencadeia alergia ou não.
A sálvia, assim como o alecrim (entre muitas outras) são
consideradas ervas abortivas, mas devemos lembrar que somente para mulheres e
se estiverem grávidas. Parece piada falar isso, mas tem muita gente que aponta
para o uso das ervas e não leva em consideração esses fatores básicos.
Já encontrei pessoas que tomaram banho de
comigo-ninguém-pode, urtiga, e não sentiram nada de anormal. Isso não é regra,
pois são ervas de alta toxicidade e devem ser evitadas nos banhos. Existem
muitos outros recursos que podemos usar antes de determinar que uma erva de
alta toxicidade não pode ser substituída.
Mas não precisa se preocupar, pois o número de pessoas que não podem
usar arruda ou guiné é muito pequeno, praticamente desprezível.
Vamos tomar cuidado com ervas que não conhecemos. Se um
médium/entidade espiritual lhe recomendar um banho, ou mesmo um chá, com uma
erva que você não conhece, não se preocupe em perguntar, ou chamar um cambone
que possa explicar melhor, e confirmar, se necessário, mais de uma vez se é
aquela erva mesmo.
Na dúvida, não tome, não faça nenhum uso de algo duvidoso.
Muito cuidado também com informações soltas na internet, de sites e blogs que
vão copiando uns dos outros e não se preocupam com a credibilidade da
informação. Procure fontes confiáveis.
No caso de chás, fica aqui uma recomendação aos médiuns.
Procure se atualizar, evitar passar chás que não conheça bem, se possível
verifique o histórico da pessoa que vai ingerir, no caso se já teve alguma
intolerância e mesmo se ela “gosta” de tomar chás. Cerque-se de segurança, pois
a responsabilidade é sua também, e não somente do Guia espiritual.
Há excelentes profissionais dispostos a ensinar o que sabem
e nos ajudar no que precisamos para nosso dia a dia de Terreiro.
Estudar é preciso, aprender é vital!
Sucesso e saúde a todos!
Fonte. Umbanda Eu Curto