A Justiça condenou o homem que em setembro de 2016 destruiu o Templo Religioso Hermínio Marques, no distrito de Bueno de Andrada, em Araraquara (SP). Maurício Aparecido Silvério foi condenado a 4 anos de reclusão pelo incêndio criminoso e a 3 meses de detenção por ameaçar uma das mulheres que trabalhavam no local. A pena poderá ser cumprida no regime semiaberto e o acusado poderá aguardar o recurso em liberdade. Procurado pelo G1, o advogado de defesa dele não foi localizado.
Mais de 60 imagens foram quebradas no ataque, e o incêndio destruiu o que restava do prédio onde eram realizadas cerimônias da Umbanda e do Candomblé. Segundo a decisão da juíza Josiane Patricia Cabrini, da 3ª Vara Criminal, a materialidade e autoria dos delitos foi comprovada com laudo e depoimentos.
Advogada Carla Missurino
que representa o Templo
|
O caso
Testemunhas relataram que o acusado começou a frequentar o centro um mês antes do ataque e que se interessou por uma das moças, que trabalhava como médium no local.
Na noite de sábado (10) de setembro, Silvério foi ao espaço participar de uma cerimônia e teve de sair. “Ele começou a gritar, estava descontrolado, exaltado, então os dirigentes do terreiro pediram para o rapaz se retirar e ele ameaçou a menina de morte dizendo que colocaria fogo nela e no Centro”, contou a advogada Carla Missurino, que representa o templo.
A ameaça foi confirmada em juízo pela vítima e por duas testemunhas. "Não há nenhuma razão indicada nos autos, nem mesmo pelo acusado, para se suspeitar do depoimento da vítima e das testemunhas ou razão que o acusassem falsamente pela prática do crime", escreveu a juíza em sua decisão.
Incêndio
O terreiro foi fechado por volta de meia-noite, após o fim dos trabalhos, e menos de duas horas depois equipes do Corpo de Bombeiros já estavam no local tentando apagar o incêndio.
De acordo com a advogada, uma testemunha viu quando Silvério chegou, cortou o alambrado com um alicate, e, com um facão e uma pá, arrombou a porta do centro, que tem mais de 60 anos de história. A testemunha contou que viu um Ford KA de cor champanhe igual ao do réu após o término dos trabalhos no templo. O veículo ficou no local por meia hora.
Já o réu negou todos os fatos e afirmou em depoimento que foi ao local para uma consulta espiritual e saiu por volta das 23h50. Ele disse ainda que não discutiu com a vítima e nunca teve interesse amoroso por ela. O acusado também afirmou que saiu de casa por volta da 1h40 para comprar comida e voltou às 2h40. Ao retornar, foi dormir após tomar Rivotril. A mãe dele disse em depoimento que o filho toma remédios para dormir e depressão há mais ou menos 3 anos.
“Ora, convenhamos que dificilmente, em Bueno de Andrada, haja outro frequentador do local que tenha veículo idêntico ao do réu. Evidente que ele cumpriu a promessa que fez horas antes, de atear fogo no local. A alegação de que, na hora do incêndio e quando os bombeiros foram acionados, o réu estava na cidade de Araraquara, não convence.”
Para a advogada que representa o Templo, a Justiça deu uma rápida resposta ao caso. O centro, entretanto, não existe mais, o espaço está destruído. “As pessoas que frequentavam o local colocam flores lá na frente, choram, porque perderam muita coisa. A população de Bueno de Andrada perdeu uma referência de 60 anos de história”, disse.
Terreiro de Bueno de Andrada
ficou destruído após incêndio
|
Mais de 60 imagens foram destruídas
|
Fonte. g1.globo.com
Só 4 anos? Regime aberto? Recurso? Q isso? Justiça de vdd, meu pai Xangô!!!
ResponderExcluir