22 de out. de 2016

Sereias na Umbanda - Por: Rubens Saraceni

Entre as várias linhas de Umbanda, temos na linha do povo do mar: as Sereias. Essas entidades espirituais, quando incorporam, não costumam falar. Emitem um som que imita um canto, mas é um mantra repetido o tempo todo. Abaixo o vídeo que fizemos falando das Sereias da Umbanda. Confira:

Quem as viu, descreveu-as tal como nos mitos sobre as sereias gregas: metade mulher,metade peixe! 
Têm os cabelos longos e a parte mulher é belíssima. Esses espíritos "metá-metá" que vivem no mar são tão intrigantes que, ou acreditamos no mito das sereias ou ficamos sem explicá-los. 

Boa leitura!!!
Mas a espiritualidade superior explica-nos esse mistério desta forma: na criação divina há tantas fomas de vida que não devemos nos surpreender com nenhuma delas e sim entendê-las.
Há na criação dimensões da vida que são, em si, realidades plenas e destinadas a formas de vida específicas.

Também dá dimensões que não têm início ou fim, pois são infinitas e totalmente aquáticas.
São oceanos, só aceanos, tal como os conhecemos aqui na Terra, e dentro deles há tanta vida quanto Deus a criou. 

A evolução ensina-nos que, para caminhar sobre a terra, temos que ter pernas e que, para viver na água, se deve ter nadadeiras. Espíritos que sempre viveram e evoluíram dentro da água também receberam de Deus tudo de que precisavam para se adaptar ao meio destinado a eles.
A metade humana indica que são espíritos.

A metade peixe indica que se adaptaram ao meio durante suas evoluções. São seres "encantados" da natureza aquática e também estão evoluindo! São como Deus quis que fosse, e ponto final.

Essas Sereias, como tudo mais nos mares, são regidas por Iemanjá e a têm na conta de mãe divina de todas. Elas a servem com dedicação e amor e gostam de nós porque, após concluírem o estágio encantado de evolução, irão para o estágio natural onde, como a borboleta que sai do seu casulo, também deixarão de ter o corpo de peixe, da cintura para baixo, e terão daí em diante um corpo feminino igual ao dos espíritos humanos.

Na evolução tudo é transitório e basta conhecermos essa transição para não nos surpreendermos com nada. Essas sereias não são como as lendas, que se descrevem como seres que atraem os pescadores e os arrastam para o fundo do mar, sumindo com eles.

Isso é lenda criada pelo imaginário popular, em colônias de pescadores que, por não terem como explicar o desaparecimento deles, atribuíram ás sereias tal coisa.

São só seres da natureza aquática, mas em seu lado espiritual, pois no lado material são só lendas porque não pertencem a ele.

Esses espíritos híbridos são possuidores de formidáveis poderes que, se colocados em nosso auxílio, muito nos ajudam. Como o arquétipo já existia em função dos mitos e das lendas sobre elas e das visões desses seres encantados, então não foi surpresa elas se manifestarem quando se canta para Iemanjá. Tanto que, na Umbanda, Iemanjá é tida como a mãe-sereia, a mãe dos peixes.

Na Umbanda, Iemanjá é a dona do mar e tem sua hierarquia de auxiliares, que são os Exus, Pombagiras e Exus-Mirins do mar; que são os Marinheiros, os Caboclos e as Coboclas do mar.
E há as Sereias, que são seres encantados que, se incorporarem em suas médiuns, umas ficam sentadas como que de lado e outras ficam em pé.
As que ficam sentadas movem o tronco e os braços como se estivessem nadando e se banhando nas ondas. 

As que ficam em pé, tal como os marinheiros, movem-se com passos de dança a fazem uma linda coreografia mágico-religiosa, pois, nos seus movimentos , vão recolhendo todas as cargas energéticas negativas dos seus médiuns e da assistência dos centros.

Muitos autores umbandistas já as descreveram como higienizadoras e isso é correto, pois têm um poder de limpeza e purificação inigualável pelas outras linhas de Umbanda.
O arquétipo é poderoso porque tem por trás os Orixás femininos das águas, as forças primordiais da criação.

No estágio encantado são sereias. Mas, quando alcançam o estágio natural, passam a ser denominadas ninfas. As ninfas são uma transição para um estágio posterior quando tornam a encantar-se e transformam-se em Iemanjás, Oxuns e Nanãs da natureza.

Elas, ao reencantarem-se e tornarem-se Orixás da natureza, adquirem o direito de manifestarem-se já como mães-Orixás em seus médiuns, aos quais amparam e conduzem em suas evoluções.

Que o arquétipo é poderoso, não tenham dúvidas.
Que traz em si um imensurável poder de realização, colocado á disposição de todos, isto é certo.

Salve as Sereias!
Salve nossa mãe Iemanjá!

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Fonte. Livro "Arquétipos da Umbanda" de Rubens Saraceni

11 comentários:

  1. Lindíssimo tenho uma sereia sou filho de Iemanjá recebo marinheiro sou filho de cabocla Mariana axé

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Eu quis dizer, gente: só coloquem as referencias das imagens que usarem. A sereia do inicio do artigo é capa de um disco de uma banda de metal norueguesa chamada Sirenia, e o nome é Perils of the Deep Blue. Consideração pelos artistas para que suas artes e trabalhos sejam também reconhecidos. Quem usa emprestado alguma coisa agradece.

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  3. Amei o artigo,texto muito explicativo

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  4. Linda explicação, porém é um deserviço não poder copiar e compartilhar informação tão valiosa!

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  5. Tiveram problemas pois estavam copiando tudo e respostando em outra plataforma, repito, literalmente tudo... Enfim o viável foi bloquear.. porém, com o Google Lens é possível copiar com inteligência artificial... Isso não é problema

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  6. Tenho uma sereia desde menina. Não sabia o que era e tinha medo de estar mistificando. No início da mediunidade é tudo confuso. Hoje, tenho certeza de que é um encantado que fica entrei mar e o rio. Responde à Oxum e à Iemanjá. Seu canto acalenta meu coração. Obrigada pela matéria 🌹

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