O Hinduismo é muito rico em simbolismo. Muitos símbolos são considerados auspiciosos e emblemas são colocados nas casas e templos para atrair fortuna e boa sorte. Os principais símbolos do Hinduísmo são: Om, Swastika, Lotus, Bindi, Trishula (Tridente), Yantra, Vaca, Concha, Divya, Linga, Mãos em oração (Namastê), Pratik e Tilak. Antes de ler o artigo, convidamos você a conhecer nosso CURSO ONLINE DE MEDITAÇÃO
- Om
Om que é o mais importante de todos os símbolos hindus.
Om, também chamado de Aum, é um som sagrado e considerado o maior de todos os mantras. A sílaba, Om é composta por três sons a-u-m. Em sânscrito, o A e o U combinados formam o "O" representando as mais importantes trindades:
Os 3 mundos : terra, atmosfera e céu.
Os 3 maiores deuses hindus: Brahma, Shiva e Vishnu
As 3 escrituras sagradas dos Vedas: Rig, Yajur e Sama
O Om representa a essencia de todo o Universo. Ele é pronunciado no início e fim de todos os mantras, orações e meditações.
Ele é desenhado por 3 curvas, um ponto e um semicírculo. A curva maior (de baixo) representa o estado desperto do ser humano (jagrat). Nesse estado a consciência é voltada para o exterior através de todos os sentidos. Essa curva é maior pois é o estado da consciência humana mais comum. A curva de cima representa o estado de sono profundo (shushupti) ou o estado inconsciente.
É o estado onde todos os sonhos e desejos estão dormindo. A curva do meio significa o estado de sonho (swapna). Nesse estado a consciência está voltada para dentro. Você vê o mundo sem ser pelos olhos.
O ponto é o quarto estado de consciência (turiya). Nesse estado a consciência não olha nem pra dentro nem pra fora e nem para os dois juntos. Ela significa a vinda ao repouso. Calma, pacífica e feliz. É o objetivo final de todas as atividades espirituais. Este estado absoluto, ilumina os outros três estados.
O semi circulo representa Maya (ilusão) e separa o ponto das outras três curvas. Simboliza que Maya (ilusão) que nos impede da ralização absoluta, de atingir a felicidade absoluta.
- Swastika
A Swastika é o segundo símbolo mais usado pelos hindus.
É um símbolo auspicioso que representa boa sorte e boa fortuna. É um dos símbolos de Vishnu, Deus Sol (Surya) e sua energia, associado a Ganesha e ao Dharma. É um símbolo Divino. Infelizmente Hitler e os nazistas denegriram a imagem da Swastika, que até hoje, no ocidente, é mais conhecido como o símbolo do holocausto e do “terceiro reich”.
Este símbolo está fortemente presente entre os hindus, é visto em quase todos os templos, casas, objetos de decoração, roupas, veículos, livros, documentos, jóias, imagens religiosas, etc.
Há quem recomende desenhar este símbolo na sala de meditação para ajudar nas suas práticas e em casa (no chão, paredes, janelas…) para abençoar o lugar.
Além do hinduísmo, encontramos este símbolo no Budismo, Jainismo, e em muitas outras culturas, sendo talvez o símbolo divino mais universal.
- Lótus
Caarunaalaka, Puskara, Indivara, Kumuda, Kairava, Pundariika, Raajiva em sânscrito ou como nós conhecemos lótus ou no nome científico Nelumbo Nucifera.
A flor de lótus é o símbolo máximo da pureza e da busca espiritual na cultura védica e no budismo, o lótus cresce em águas lodosas e ao subir acima da superfície da água abre-se para o sol em toda sua beleza imaculada e perfume inigualável, assim uma alma quando se volta para Deus (o sol) desabrocha para a vida espiritual pura e plena de bem-aventurança e conhecimento como ela é originalmente.
Nas artes, os seres divinos e santos são representados sobre flores de lótus como representação que eles estão acima deste mundo, não tocados pelos defeitos dos seres comuns. O lótus também serve como símbolo carregado por muitas deidades e por Deus em Sua forma de Sri Vishnu e principalmente por Sri Lakshmi que em sua forma mais comum como Gajalakshmi carrega dois botões de lótus nas mãos.
No Budismo e no Hinduísmo uma flor de lótus ainda em botão representa as possibilidades infinitas. Quando está aberta simboliza a criação do Universo. Símbolo da elevação do espírito, da luz, da meditação, da pureza e da imortalidade.
A flor de lótus de “mil pétalas” é a espiritualidade em seu mais alto grau de perfeição. Na Idade Média, os cristãos acreditavam que a semente de lótus tinha a capacidade de conter os impulsos sexuais, sendo por isso recomendada como medicamento para padres e freiras.
- Trishula (Tridente)
O tridente que aparece nas ilustrações de Shiva é o trishula. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Esta arma possui uma simbologia, com relação ao número de pontas que possui. Por ser um tridente, cada ponta de sua lança tem seu significado, sendo diretamente relacionadas com as três qualidades da matéria: tamas (a inércia ou a existência), rajas (o movimento ou firmamento) e sattva (o equilíbrio ou trevas). Ainda pode ser representado como o passado, presente e o futuro, visto que Shiva domina a naja, serpente mais mortífera de todas, dando assim, potencial de imortalidade.
- Yantra
YANTRA literalmente significa "suporte" e "instrumento". Portanto, o Yantra é um instrumento, um aparato, um talismã ou um diagrama místico. É uma técnica ou um caminho, considerado o mais simples e o mais curto por onde 'podemos realizar os nossos desejos. Os Yantras suplementam o poder dos mantras e são tão poderosos quanto eles. Se um mantra é a força propulsora invisível, o Yantra é o meio visível para se obter poder e prosperidade, nos proteger do mal e da doença, dos efeitos maléficos dos planetas, nos trazer sorte no amor e na vida, melhorar nossas capacidades.
A confecção de um Yantra (escrever, pintar, gravar ou qualquer outro modo) deve ser feita de acordo com um conjunto de regras específicas. Certos yantras podem ser feitos somente em determinados dias em uma hora também determinada. Certos yantra podem ser feitos apenas em determinado metal específico.
Cada Yantra possui uma forma que irá emitir uma freqüência e um padrão de energia. E apesar de existirem energias negativas e destrutivas, nos Yantras há o cuidado de lidar somente com energias positivas que irão somente beneficiar.
- Ahimsa e as Vacas
É vital uma nota sobre o elemento Ahimsa (paz) no hinduísmo para compreender a sociedade que se formou à volta de alguns dos seus princípios. Enquanto o jainismo, à medida que era praticado, era certamente uma grande influência sobre a sociedade indiana - que dizer da sua exortação do estrito veganismo e da não-violência como Ahimsa - o termo primeiro apareceu nos Upanishads. Assim, uma influência internamente enraizada e externamente motivada levou ao desenvolvimento de uma grande secção de hindus que acabaram por abraçar o vegetarianismo numa tentativa de respeitar formas superiores de vida, restringindo a sua dieta a plantas e vegetais. Cerca de 30% da população hindu actual, especialmente em comunidades ortodoxas no Sul da Índia, em alguns estados do Norte como Gujarat e em vários enclaves Brahmin à volta do subcontinente, é vegetariana. Portanto, enquanto o vegetarianismo não é um dogma, é recomendado como sendo um estilo de vida sattwic (purificador).
Os hindus que comem carne abstêm-se predominantemente de bife, e alguns até vão tão longe quanto evitar produtos de pele. Isto acontece provavelmente porque o povo pastoral védico e as subsequentes gerações de hindus ao longo dos séculos dependiam tanto da vaca para todo o tipo de produtos lácteos, aragem dos campos e combustível para fertilizante, que o seu estatuto de "cuidadora" espontânea da humanidade cresceu ao ponto de ser identificada como uma figura quase maternal. Assim, enquanto a maioria dos hindus não adora a vaca, e as instruções escriturais contra o consumo de bife surgiram muito depois dos Vedas terem sido escritos, esta ainda ocupa um lugar de honra na sociedade hindu. Diz-se que Krishna é tanto Govinda (pastor de vacas) como Gopala (protector de vacas), e que o assistente de Shiva é Nandi, o touro. Com a força no vegetarianismo (que é habitualmente seguido em dias religiosos ou ocasiões especiais até por hindus comedores de carne) e a natureza sagrada da vaca, não admira que a maior parte das cidades santas e áreas na Índia tenham uma proibição sobre a venda de produtos de carne e haja um movimento entre os Hindús para banir a matança de vacas não só em regiões específicas como em toda a Índia. As vacas são um símbolo sagrado na cultura hindu
- Concha
A concha simboliza a remoção da ignorância e a música do cosmo. É um símbolo de Poder e seu som afasta os maus espíritos e previne a aproximação de criaturas que possam causar danos ou que atraiam desastres naturais.
A concha se chama Pantchdjanya, que têm nela todos os cinco elementos da criação: ar, fogo, água, terra e éter. Quando se assopra nessa concha, pode se ouvir o som que deu origem à todo o universo, o Om.
- Linga
A Linga ou Lingam é um símbolo do Deus Shiva. Em sanscrito a palavra Lingam significa simbolo. A Linga é também conhecida como Shivalingam ou seja, simbolo de Shiva. Ele é o símbolo do que é invisível mas onipresente. Representa a realidade Suprema que está presente entre nós.
Ele é muito adorado e utilizado em cultos e rituais. Acredita-se que no final da criação, durante o grande dilúvio, todas as formas de Deus tem um lugar de repouso na Linga. Bhrama é absorvida pela direita, Vishnu pela esquerda e Gayatri para o coração.
Conta-se que certa vez Vishnu e Bhrama estavam discutindo para ver quem era o maior. Quando os dois brigavam entre si, Shiva apareceu como um pilar de fogo.Entao disse a Bhrama e Vishnu que quem encontrasse o pé ou a cabeça de sua forma em chama seria considerado o maior. Bhrama tomou a forma de um cisne, decidido a ver o topo do fogo. Vishnu tomou a forma de um porco selvagem decidido a ver os pés do fogo. Eles não obtiveram nenhum sucesso apesar de todo o esforço e perceberam o seu grande erro e a grandeza incomparável do Senhor Shiva. O Deus que nunca pode ser alcançado pelo ego aparece como forma de amor para aqueles que se rendem a ele. Shiva apareceu na forma de uma Linga, que é a forma da chama.
Shivalinga normalmente é montado em um recipiente circular ou quadrangular chamado Avudaiyar. ESte suporte foi concebido de modo a drenar as aguas durante as cerimonias. A parte superior pode ser de varias formas, cilindricas, elipticas ou ate mesmo forma de guarda-chuva.
- Mãos em Oração (Namastê)
Recentemente, e mais globalmente, o termo namastê foi associado especialmente à ioga e à meditação. Neste contexto, ele foi visto em uma grande variedade de termos com significados complicados e poéticos que se ligam com as origens espirituais da palavra. Alguns exemplos:
"Eu honro o Espírito em você que também está em mim." -- atribuída ao autor Deepak Chopra.
"Eu honro o local em você em que o Universo inteiro reside, eu honro o lugar em você que é de Amor, de Integridade, de Sabedoria e de Paz. Quando você está neste lugar em você, e eu estou neste lugar em mim, nós somos um."
"Eu saudo o Deus dentro de você."
"Seu espírito e meu espírito são um." -- atribuída à Lilias Folan, ensinamentos compartilhados de sua jornada à Índia.
"O divino em mim cumprimenta o divino em você."
"A Divinidade dentro de mim compreende e adora a Divinidade dentro de você."
"Tudo que é melhor é mais superior em mim cumprimenta/saúda tudo que é melhor e mais alto em você"
"O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você."
- Pratik
O pratik ("emblema") é o símbolo da Ananda Marga ("caminho da felicidade"), movimento que foi fundado na Índia em 1955 e salienta serviço social junto com yoga e meditação.
O símbolo pratik consiste nos seguintes elementos:
apontando para cima triângulo representando acções externas próprias (serviço social)
triângulo apontando para baixo , simbolizando um trabalho interno de (meditação, auto-realização)
sol nascente simbolizando o progresso espiritual através do equilíbrio dos esforços internos e externos
suástica representando o cumprimento ou a própria meta espiritual
Tilak, Sindoor e Bindi
Seja um traço comprido em um homem, uma linha no meio do cabelo da mulher ou simplesmente um adesivo entre os olhos, enfim, o que siginifica cada uma dessas marcas? Como ela é chamada?
São três itens diferentes, o Tilak, o Sindoor e o Bindi.
- Tilak
Tilak em sânscrito significa marca. Existem diferentes formas e materiais de Tilak e diferentes significados.
Ele é aplicado no ponto onde se situa o terceiro olho ou o olho espiritual. Todas as ações humanas são governadas por esse ponto. Ele é normalmente aplicado antes de qualquer cerimonia hindu, por homens, mulheres e crianças. O tilak pode ser de pasta de sândalo, de kumkum (pó vermelho), de açafrão e de cinzas. Cada um tem um significado.
Sandalo - calma, tranquilidade e pureza
Kumkum - poder,vigor,dinamismo e estabilidade
Açafrão - riqueza, fortuna, prosperidade, opulência
Cinzas - devoção, dedicação, e cometimento
Os devotos de Shiva costumam usar Tilak de Cinzas e normalmente é feito em três linhas horizontais conhecidas como tripundra.
Os devotos de Vishnu costumam usar Tilak de pasta de sândalo e normalmente é feito em três linhas verticais.
Os devotos de Shakti costumam utilizar kumkum e é feito apenas uma linha vertical porem as vezes é utilizado apenas um ponto vermelho.
Após a aplicação do Tilak é comum a aplicação de grãos de arroz.
- Bindi
Há muito tempo as mulheres indianas aplicam um tilak mais conhecido como Bindi. Tradicionalmente ele é um ponto vermelho e usado por mulhres casadas. Hoje em dia ele tem vários formatos, várias cores e é utilizado por todas as mulheres como um adorno.
- Sindoor
É um pó vermelho que as mulheres casadas aplicam na divisa do cabelo. Ele significa o desejo de longevidade ao marido. A primeira vez que o Sindoor e aplicado é durante a cerimônia de casamento e quem aplica é o marido. O sindoor é preparado através de açafrão e mercúrio. Devido às propriedades do mercurio acredita-seque o sindoor ajudano controle da pressão alta e ativa a função sexual. Para um melhor resultado, o Sindoor deve ser aplicado acima da glandula pituitária, onde todos os sentimentos são centrados.
Não é aplicado em viúvas.