As duas leis mais importantes regidas pela Justiça são, realidade, duas caras da mesma moeda. Primeiro é a lei de causa e efeito, conforme a qual todos os sucessos estão relacionados e cada estado presente é o resultado de estados passados. Esta é uma ideia estranha, pois, às vezes, ações que parecem insignificantes têm ramificações importantes. A Justiça mostra que qualquer ação que você leve a cabo, algum dia, terá um efeito e você não terá ideia do referido efeito até que este acontece.
Geralmente esta carta apresenta a Justiça sentada diante de uma cortina; é esta a cortina que esconde as maquinações do universo, que, às vezes, trazem resultados surpreendentes.
À lei de causa e efeito segue-se a lei do Carma, segundo a qual, em algum momento, todas as ações retornarão a você. Talvez se modifiquem um pouco, ou quem sabe se fortaleçam com o tempo, mas a lição continua sendo a mesma. O que tenha semeado, colherá. Na realidade, é uma simples elaboração da lei de causa e efeito. Sob esta nova lei, não apenas tudo o que você faça terá um efeito, mas também tudo o que faça ter um efeito sobre você. É aqui que se torna crucial sermos cuidodosos em nossas ações, porque tudo o que fazemos retomará a nós em algum momento. Perante a Justiça, teremos que responder por todas as nossas ações, boas ou más.
Além do mais, a Justiça ensina-nos a lição mais justa, ainda que seja a mais cruel de todas, pois, como ocorre nas Espadas, sua lâmina tem fio duplo. Não se obtém o que se espera, nem sequer o que se deseja: obtém-se o que é merecido Se merecer coisas boas, ser-lhe-ão outorgadas, sem cerimônias nem felicitações. Se merecer um castigo, ser-lhe-á dado, sem compaixão, nem burla. Apenas se nos devolve o que fazemos. E, considerando que não podemos mudar nossas ações uma vez que as tivermos realizado, se quisermos que nos ocorram coisas boas, teremos que praticar boas ações.
Todos podemos ser santos ou demônios, a eleição é nossa. Quando nos aparece a Justiça, deveremos tomar como um firme recordatório de que os feitos do passado são a base do presente e do futuro. Se no passado fez algo de que se sente culpado, poderia ser hoje o dia em que terá de responder por seus atos. Se fizer algo pelo que sinta que deve ser recompensado, talvez chegue a recompensa. Em especial, quando aparece a carta da Justiça, cuide das suas ações e assegure-se de não fazer algo de que possa arrepender-se depois. Com frequência, a Justiça aparece para adverti-lo de que logo lhe serão retribuídos os seus atos. Que sejam estes bons ou maus, depende somente de você.
Apesar de esta carta, em raras ocasiões, representar decisões de juízes, às vezes, pode personificar a atitude de um bom julgamento. Talvez deseje assumir esta atitude para solucionar um problema na sua vida. O arquétipo do juiz apresentado pela Justiça não é a estátua cega dos tribunais, mas uma representação da equidade e da autoridade. Seja justo e razoável em todos os seus juízos, nunca tome partido, nunca demonstre compaixão, nem tampouco severidade excessiva. E, sobretudo, antes de julgar os outros, deve estar preparado para julgar- se a si próprio e assegurar-se de que não é culpável dos mesmos erros que os outros.
A Justiça no Tarot
Significado: O Equilíbrio
Tipo: Arcano Maior
Número: 11
Alfabeto Hebraico: ל (Lamed)
Significado: Mente equilibrada. Resolução judicial favorável. Recompensa justa. Personalidade desejosa de livrar-se do supérfluo, ideias equivocadas ou errôneas, conhecimentos inúteis etc. Bom carma.
Inverso: Injustiça. Mau resultado num assunto legal ou econômico pendente. É aconselhável que seja cuidadoso ao julgar os demais, evitando a severidade excessiva. Ingratidão. Recompensa injusta.