O Ceticismo é a doutrina do constante
questionamento. O termo Ceticismo é de origem grega e significa exame, seu
fundador foi Pirro, no século IV a.C.. Pintor nascido no Peloponeso, não deixou
nenhum escrito filosófico sobre o assunto, mas desenvolveu um grande interesse
por filosofia que o levou a fundar uma escola filosófica que garantiu sua
reputação entre os contemporâneos.
Pirro deixou como discípulo Tímon, que, por sua vez, produziu uma vasta obra escrita da qual só nos restaram alguns fragmentos. A escola cética criada por Pirro passa por um período de escuridão com a morte de seu fundador e renasce com Enesidemo, cujo período de vida não é muito bem determinado, porém sua obra é muito conhecida. A partir daí aparecem com destaque os nomes de Agripa, Sexto Empírico e Antíoco de Laodicéia. Até que chega ao fim o período do chamado Ceticismo Antigo.
Como corrente doutrinária, o ceticismo argumenta que não é
possível afirmar sobre a verdade absoluta de nada, é preciso estar em constante
questionamento, sobretudo, em relação aos fenômenos metafísicos, religiosos e
dogmáticos. Com o passar do tempo, o Ceticismo se dividiu em duas linhas, o
filosófico e o científico.
O Ceticismo Filosófico é exatamente esse que
começa com a escola de Pirro e que se expandiu pela chamada “Nova Academia” que
ampliou as perspectivas teóricas, refutando verdades absolutas e mentiras. Seus
seguidores alegavam a impossibilidade de alcançar o total conhecimento e
adotaram métodos empíricos para afirmar seus conhecimentos. Assim, o Ceticismo
Filosófico se dedicou a examinar criticamente o conhecimento e a percepção
sobre a verdade.
O Ceticismo Científico tem, naturalmente, ligação
com o Ceticismo Filosófico, que é a base de tudo. Porém não são idênticos e
muitos dos praticantes do Ceticismo Científico não concordam as proposições da
corrente filosófica. A corrente científica é a contemporânea, as pessoas que se
identificam como céticas são aquelas que apresentam uma posição crítica
geralmente baseando-se no pensamento crítico e nos métodos científicos
para constatar a validade das coisas. Assim, ganha muita importância a
evidência empírica, o que não quer dizer que os céticos façam seu uso
constantemente. A necessidade de evidências científicas é mais recorrente na
área da saúde, onde os experimentos não podem colocar em risco a vida das
pessoas.
Entre os céticos há os chamados desenganadores que dedicam-se ao combate contra o charlatanismo, expondo suas práticas falsas e não-científicas. Os religiosos afetados por esses indivíduos, quando chamados a provar suas convicções, preferem atingir pessoalmente os céticos e não discutir suas práticas. Por outro lado, há também o pseudo-ceticismo, que, invés de manter o perfil de questionamento, partem logo para a negação. Assim, o Ceticismo pode levar a um ciclo vicioso e tornar seu praticante em um fanático tecnológico.
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)