Numa sociedade como a nossa, que visa o dinheiro e os bens
materiais como prioridades na vida social, temos de admitir que a religião
também passa por um processo de materialização. Ou seja, as pessoas têm chegado
a religião de um modo geral a enxergando como uma mercadoria. Uma mercadoria como qualquer outra, que possa trazer um
custo benefício, que sacie um desejo, que traga um prazer, e por fim seja
descartadado. Assim é o mundo das mercadorias, sejam elas vindas em produtos
manufaturados ou serviços prestados.
Muita gente acha que a Umbanda é um serviço, é algo que
pedimos e que vem pronto, que não requer nenhum apelo existencial da parte de
quem acha que a pode comprar no balcão de uma loja ou aos pés de uma entidade.
Temos de admitir que a maioria dos livros lançados hoje
buscam um público leigo, os novatos são a demanda. Aqueles que chegam querem
ler frases fáceis, textos fáceis, querem cursos fáceis, iniciações fáceis,
querem que a Umbanda seja universalista apenas no ponto que tange a aceitação
de seu perfil psicológico. Querem uma Umbanda que aposte na isenção perante os
fatos políticos, sociais, jurídicos. "Quanto menos a Umbanda me jogar para a
peleja melhor". Querem uma Umbanda isenta para justamente não pegar no pé de quem
faz carreira em cima disso tudo.
Sinto dizer, esse tipo de Umbanda não vinga, nunca vingou.
Quem quer uma Umbanda apenas para chamar de sua, não vai longe. Pois a Umbanda é
transcendente, atemporal. Não adianta vir com o papo de que a Umbanda precisa
se adaptar aos novos tempos, pois quem tem de se adaptar aos novos tempos é sempre
o homem.
O evangelho de Jesus sobrevive a mais de 2 milênios, e quem
tentou alterá-lo não ficou marcado, e se ganhou algo com certeza foi temporário.
Mas Jesus sim, esse é sim lembrado, pois seu foco era estar limpo perante a
Deus e não perante a lei dos homens ou da época em que viveu.
Jesus nunca mudou o evangelho para adaptá-lo às pessoas; Ele
mudou as pessoas para fazê-las caber em seu evangelho. O mesmo serve a quem
busca mudar a Umbanda para adaptá-la as necessidades humanas, quando que na
verdade somos sempre nós que temos de nos reformar para caber no solo
umbandista.
Tem gente sim dizendo que não está na Umbanda por conta de
dinheiro, mas está. Diz que é missão, mas está atrás do dinheiro do leigo, do
novato.
A essência de caridade na Umbanda não deve se adaptar aos
novos tempos, são homens viciados nas ranhuras dos novos tempos que precisam se
adaptar a essência caritativa da Umbanda.
Não caia no conto do vigário... Seja um umbandista crítico. Não mude a Umbanda, deixe a Umbanda mudar você!!!