A Umbanda encanta; isso nós sabemos. Seus rituais, seus cânticos, seu axé mexe com as pessoas a tal ponto de gerar epifanias, catarses múltiplas, tocando o fundo do coração e traçando momentos agudos de transformações nas almas das pessoas.
Um dos grandes problemas na Umbanda encontra-se no fato de que por ela ser uma religião discriminada, minoritária [..sociologicamente falando..], acaba recebendo inúmeros casos de migração de adeptos de outras vertentes religiosas; e como consequência desse contexto social, um acúmulo de ignorância e fundamentos vem como pacote nos resquícios dessas vertentes dentro do mental dos indivíduos que escolhem a Umbanda como morada teológica.
Talvez por ao longo de suas vidas terem olhado a Umbanda como uma religião marginal, quando precisam dela e adentram os cultos de determinado terreiro não conseguem tirar seus pre conceitos do inconsciente.
A Umbanda se fez e se faz de dentro para fora, e quando de fora para dentro tentam suplantar uma esfera alheia ao contexto libertário que ela carrega, logo algo encontra-se fora do eixo... É preciso ao entrar num terreiro que se faça uma reforma íntima que ajude a extinguir todos os resquícios de julgamentos, costumes e falácias externas a religião de Umbanda...
Talvez por ao longo de suas vidas terem olhado a Umbanda como uma religião marginal, quando precisam dela e adentram os cultos de determinado terreiro não conseguem tirar seus pre conceitos do inconsciente.
A Umbanda se fez e se faz de dentro para fora, e quando de fora para dentro tentam suplantar uma esfera alheia ao contexto libertário que ela carrega, logo algo encontra-se fora do eixo... É preciso ao entrar num terreiro que se faça uma reforma íntima que ajude a extinguir todos os resquícios de julgamentos, costumes e falácias externas a religião de Umbanda...
Quantas vezes não vemos Ex Testemunhas de Jeová, Ex Neo Pentecostais, Ex Mórmons, Ex Católicos, Ex Protestantes, todos descobrindo a Umbanda em determinado ponto da vida? Se encantam com ela, porém sem o devido aprofundamento de seus reais fundamentos e sua doutrina podem acabar trazendo as tendas e terreiros costumes, julgamentos, moralismos, autoritarismos e até fundamentalismos que não combinam em nada com a beleza de uma Seara Umbandista.
É assim em casos onde o pesquisador sério não encontra em nenhuma literatura Umbandista, e muito menos em ensinamentos de grandes sacerdotes algo que desabone perfis e posturas nos quais esses "novos adeptos" [..que migraram de outras religiões trazendo seus "pendores"..] gostam e se julgam no direito de dizer o que vem a ser certo ou errado dentro da Umbanda. (Cabe lembrar que não são todos, mas isso acontece..).
O que fica nítido nesses casos [..que não são raros..] é a "falta de esclarecimento" como causa e atritos e conflitos desnecessários como consequência na rotina e convivência com tais indivíduos quando se recusam a deixar para trás suas antigas concepções teológicas. Pessoas que em determinado ponto da vida se identificam com as proposições de caridade, paz e amor da teologia Umbandista, porém sem perceber que psicologicamente ainda habitam seus antigos propósitos e preceitos, atravancados em perspectivas arcaicas e nada aprofundadas de certas questões pertinentes a convivência e comportamentos.
Olha só... Quando um adepto [..que migrou de outra vertente religiosa cristã..] traz argumentos contra "maquiagem" dentro da gira por exemplo; é nítido o falso moralismo corroendo seu intelecto. As vezes o "costume" de reparar no próximo tentando colher o que é vício e o que é virtude [..como acontece nas religiões cristãs..] esteja sendo o pano de fundo de uma análise equívoca, baseada inconscientemente em suas faltas e ausências existenciais mal resolvidas, sem nenhum fundamento perceptível, não percebendo que a Umbanda [..ao contrário de sua visão destorcida..] se mostra sempre pronta a se estabelecer e atuar prioritariamente dentro das potências naturais do planeta, do universo e principalmente do ser humano. Ou seja, argumentos que tentem fundamentar restrições, castramentos, pecados, impôr mandamentos não combinam em nada com a teologia Umbandista, que por sinal está muito mais propensa a ser praticada visando "melhores condições energéticas ao ser humano, fornecer evoluções transcendentes a ditames morais e criar embasamento ritualístico para que os adeptos possam sentir-se seguros a colocarem pra fora aquilo que é seu por direito" e não tentar segurar, corroer ou "cismar" com aquilo que é natural no ser humano.. Pois, acima de tudo, o que não é natural na realidade é a postura de condenação, de culpar os outros baseados em meros juízos de valores de religiões sem relação alguma com a Umbanda.
E porque não a beleza? Por que não de um indivíduo poder explorar seus atributos se numa gira é com Olorum e com os Orixás que ele vai se conectar? É errado estar bonito ou bonita para Deus? É errado evidenciar sua beleza, o que é belo e o que faz bem aos olhos?
Porque dizer que é proibido usar lápis no olho ou batom? Porque dizer que é proibido tatuagens e penteados, se lidamos com energias ligadas a vitalidade [..Exu..] e desejo [..Pomba Gira..]? Onde se fundamenta esse ímpeto de castração e condenação? Foi em algum terreiro que isso foi ensinado? E se foi, será que o sacerdote que ensina essas perspectivas também não se trata de um ex cristão com costumes enraizados em sua "psiquê"??
Todo lugar que se prese tem suas regras para que o funcionamento do local se estabeleça, mas não confundamos regras com castração, imposição de dogmas e tabus... Se te dizem que algo é proibido dentro da Umbanda, pergunte "Porquê?", "Por qual motivo?", "Qual relação de tal proibição com a espiritualidade?"... Se não tiver uma resposta contundente então precisamos ficar ligados...
Todo lugar que se prese tem suas regras para que o funcionamento do local se estabeleça, mas não confundamos regras com castração, imposição de dogmas e tabus... Se te dizem que algo é proibido dentro da Umbanda, pergunte "Porquê?", "Por qual motivo?", "Qual relação de tal proibição com a espiritualidade?"... Se não tiver uma resposta contundente então precisamos ficar ligados...
Não são raros também pessoas com transtornos psicológicos que acabam se apaixonando pela Umbanda sem deixar pra trás dilemas e problemas do seu passado, e pelo fato [..como já citamos de nossa religião lidar com energias..] da pessoa ter sido curada ritualisticamente num determinado culto não faz ela mais intelectual e muito menos mais entendida de assuntos Umbandistas do que quando entrou lá pela primeira vez.
Porém, ao entrar no terreiro, ao ser batizado, muitas dessas pessoas acabam tomando pra si uma autoridade sem o menor aprofundamento das questões que compõem a amplitude envolvendo todo o processo religioso. É preciso estudar. E além de estudar, é preciso que esses novos adeptos larguem costumes sociais antigos para abrir o Orí a novas fases e novos entendimentos a respeito da vida. "Para respirar a liberdade é preciso querer a liberdade"...
Se alguém entrou em determinada condição psicológica fragilizada por se sentir sozinho, por ter dificuldades de relacionamentos ou por ter aversão social com aquilo e aqueles que um dia julgou como sendo "diferente"; após ser curado energeticamente na Umbanda precisa largar seus preconceitos em relação aos que estão lhe rodeando no terreiro, dessa forma, precisa olhar o que é conhecedor como um alguém que ama o conhecimento, o que é expansivo como alguém que eleva a comunicação para além dos pensamentos, o que nutre e cuida da beleza como alguém que espelha o amor a natureza em seu senso estético... E lutar para não ficar preso a moralismos que ao invés de fazer entender e fluidificar, tenta apenas apontar o dedo dizendo o que é certo ou o que é errado sem o mínimo de critério plausível.
Assim também serve para ex cristãos. É necessário parar com a ideia de que existem regras abstratas que só eles enxergam como por exemplo as formas de incorporação de cada irmão [..que sabemos, são múltiplas dependendo de cada médium e seu grau de desenvolvimento..]. Se o filho ao lado dança, grita, bate no chão, cabe ao pai da casa e aos dirigentes entender a formatação da situação e não ao novo adepto mostrar sem base consistente o que está fora ou dentro do padrão.
Pois fora do padrão na Umbanda sempre estará a falta de leitura, de estudo e aprofundamento sério. Só praticar a Umbanda e estar encantado com ela não basta, antes de tudo precisamos saber o que fazemos e desconfiar sempre se o que fazemos é ou não fruto de ex costumes, ou também se nossas palavras apenas se tratam de pequenez de pensamento e ignorância no que está se propondo a vivenciar e expressar...
A Umbanda nos fornece subsídio para a mudança, para a evolução. Ao entrar nela busque fazer uma reforma íntima, moral, e consciencial... Tu verá os resultados disso rapidamente..
Então.. Vamos estudar!!!
Texto forte, ácido, PORÉM NECESSÁRIO... Reflete muito bem a realidade.. Muito Bom!!!
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