16 de out. de 2015

A história de São Jorge

São Jorge é padroeiro dos escoteiros e patrono da Inglaterra, Portugal, Geórgia e Lituânia. Embora não seja mais considerado santo pela Igreja Católica, seu culto é autorizado pela tradição e fé em todo o mundo. Seu dia é comemorado em 23 de abril.


Um pouco da História de São Jorge


Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.


Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade – qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.


Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: “O QUE É A VERDADE ?”. Jorge respondeu: “A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade.”

Como Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: “Não, imperador! Eu sou servo de um Deus vivo! Somente a Ele eu temerei e adorarei”. E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, de modo que muitas pessoas passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303. Sua sepultura está na Lídia, Cidade de São Jorge, perto de Jerusalém, na Palestina.

A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente. Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.


Lenda de São Jorge


Um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe oferecia m jovens vítimas, pegas por sorteio. Um dia, coube à filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo da Capadócia. Era São Jorge!

O valente Guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.


Datas Marcantes sobre São Jorge


No século XII, a arte, literatura e religiosidade populares representam São Jorge como soldado das cruzadas, com manto e armadura com cruz vermelha, nobre, num cavalo branco, com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.

Desde o século VI, havia peregrinações ao túmulo de São Jorge em Lídia. Esse santuário foi destruído e reconstruído várias vezes durante a história. Santo Estevão, rei da Hungria, reconstruiu esse santuário no século XI. Foram dedicadas numerosas igrejas a São Jorge na Grécia e na Síria.
A devoção a São Jorge chegou à Sicília na Itália no século VI. No Séc. VII o siciliano Papa Leão II construiu em Roma uma igreja para São Sebastião e São Jorge. No séc. VIII, o Papa Zacarias transferiu para essa igreja de Roma a cabeça de São Jorge.

A devoção a São Jorge chegou a Inglaterra no século VIII. No ano de 1101, o exército inglês acampou na Lídia antes de atacar Jerusalém. A Inglaterra tor nou-se o país que mais se distinguiu no culto ao mártir São Jorge… Em 1340, o rei inglês Eduardo III instituiu a Ordem dos cavaleiros de São Jorge. E foi o Papa Bento XIV (1740-1758) que fez São Jorge padroeiro da Inglaterra até hoje.
Em 1420, o rei húngaro, Frederico III (1534) evoca-o para lutar contra os turcos. As Cruzadas Medievais tornaram popular no ocidente a devoção a São Jorge, como guerreiro, padroeiro dos cavaleiros da cruz e das ordens de cavalaria, para libertar todo país dominado e para converter o povo no cristianismo.


Sincretismo entre São Jorge e Orixás Ogum e Santo Antônio


No Brasil, o simbolismo de guerreiro acabou ocasionando, nos rituais umbandistas, a aproximação de Ogum com São Jorge (Rio de Janeiro) e Santo Antônio (Bahia). Trazido pelos negros escravos do Golfo da Guiné, mas com raízes mitológicas já presentes no sul da Europa, Ogum é o porto seguro, o senhor da lei e vencedor das demandas, o protetor daqueles que lidarão com a agricultura e os instrumentos de trabalho manuais, assim como diante das batalhas contra o opressor.
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