25 de nov. de 2015

A Umbanda e a Natureza

A Umbanda está ligada diretamente com a natureza e com os seres que dependem dela. Há uma visão errônea de muitos de que o meio ambiente só envolve a natureza em si (parques, áreas verdes, etc), mas o meio ambiente é um termo mais amplo, utilizado para todo o meio no qual vivemos. 

Nós, umbandistas, o que podemos fazer para melhorar isso?


De início, temos que entender que a Natureza é tudo o que nos cerca, não importa se é um chão de cimento ou de terra: tudo faz parte da Terra, tudo é da nossa Natureza e por ela temos que lutar, cuidar e mante-la o mais saudável possível.

Nas práticas umbandistas, podemos nos questionar se estamos fazendo nossas entregas e oferendas de maneira correta e, se não, melhorar. É claro que a mudança não ocorre de uma hora para outra, pois é preciso criatividade e empenho para substituir garrafas, alguidares e barquinhos por outros materiais biodegradáveis, mas devemos nos esforçar para mudar. 

Hoje, o que não falta são fontes de informação, sejam elas impressas ou digitais. Sabemos que Iemanjá não usará sabonete e nem barquinho de isopor ou de madeira, e nem precisará de espelhinhos para admirar sua própria beleza. 

Aproveitando o exemplo – e com a proximidade dos festejos em homenagem a Iemanjá – cabe perguntar: o que será que se deve fazer para “agradar” Iemanjá?

Bom, primeiro, Iemanjá não precisa ser “agradada”. Ela é uma divindade, uma irradiação divina, parte do Todo, de Olorum. As praias e os mares são seus ambientes preferenciais porque assim o Orixá foi sendo revelado a nós com o passar dos tempos. Assim, ao oferendar algo a Iemanjá, devemos entender seus princípios, sua irradiação, seu campo de atuação e entender, em nós mesmos, como despertar estes atributos, permitindo assim que Sua energia circule em nós.

Feito isso, é quase certo que você perceberá que o universo magístico que envolve a Umbanda é válido, faz sentido, ajuda a despertar em nós os elementos que os Orixás nos apresentam, mas que ninguém mais precisa sofrer para que nós melhoremos; ninguém precisa sofrer para que evoluamos (nem a Natureza!).

Com o conhecimento vem a responsabilidade. Mesmo que você tenha dificuldade em montar uma oferenda sem materiais que se dissolvam totalmente na natureza (como folhas, pétalas de rosa, bambus, etc) gradativamente você sentirá a obrigação de cuidar do que produziu, ou seja, fará suas entregas e logo recolherá os materiais prejudiciais ao ambiente, jogando-os no lixo ou reaproveitando-os.

Como sabemos, os Orixás da Umbanda vinculam-se às forças da natureza: o ar é de Oxalá, as pedreiras são de Xangô, o mar é de Iemanjá, os rios e cachoeiras são de Oxum, as chuvas de Nanã, as matas e a fauna de Oxóssi e os metais de Ogum, pra citar alguns. E nós, brasileiros, temos em nossa formação uma grande miscigenação que provocou também uma grande religiosidade, sincretismo e fé. 

Somos uma grande mistura, e isso é bom e deve ser valorizado. O que devemos cuidar, cada vez mais, é para que a expressão da nossa espiritualidade seja cada vez mais correta, limpa e consciente. 


Fonte. umbandaeucurto.com

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário