Não se conhece nenhum registro que permita precisar exatamente
o local e a data de surgimento do hexagrama, que é como os místicos chamam a
estrela de seis pontas. O que se sabe é que foi encontrado por arqueólogos no Yantram a mais de 10 mil anos atrás.
Representação do Sistema Solar Sumério |
Além dessa descoberta, pode ser achado em tábuas sumérias e nas plantas de Stonehege, Sídon (6 A.C.), Cyprus (5 A.C.), em lamparinas bizantinas, esculturas maias, mosaicos romanos, em moedas fenícias (5 A.C.), moeda tibetana, moeda samanid, moeda mércia, moeda marrocan, moeda mongol, pesos egípcios, dentre muitos outros registros.
Apesar de ficar mais conhecido como símbolo do Judaísmo, nunca foi de uso exclusivo dessa religião, e pode ser visto também
na arte muçulmana e na decoração de muitas catedrais cristãs da Idade Média.
“O hexagrama sempre foi, para vários povos, um símbolo de proteção, representando a união do Céu com a Terra”, afirma o filósofo Mário Sérgio Cortella, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Menorá |
Diz as lendas judaicas contemporâneas que antigamente
vários guerreiros do povo de Israel usavam esse símbolo nos seus escudos
durante as batalhas. Porém, historicamente Davi não tinha nada realmente
ligado ao hexagrama, e o símbolo não representava socialmente o povo judeu até
o século 17. O símbolo judeu desde os primórdios sempre foi o Menorá.
A estrela se tornou famosa entre os judeus em dois processos
históricos:
1º - Com o nazismo, quando os judeus eram obrigados a usar a imagem de uma estrela de seis pontas na roupa para discriminá-los. Depois da Segunda Guerra Mundial, esse símbolo foi invertido e usado como sinal de orgulho e patriotismo judeu.
2º - Com o movimento internacional judeu (o Sionismo) que resultou na formação do Estado de Israel em maio de 1948 e em sua posterior evolução. A família judia de banqueiros e empresários Rothschild, doou recursos para a aquisição de 125 mil acres (ou 22,36 km²) de terras para formação do estado. Pela força política que a família tinha, quando o país de Israel foi formado, a estrela de Davi foi colocada na bandeira. Muitos afirmam que isso ocorreu pelo fato da família Rothschild ter ligação com a Maçonaria, onde o hexagrama carrega uma grande importância.
Apesar disso, nem todos os israelitas são a favor do
hexagrama na bandeira de Israel, porque nem todos seguem o Judaísmo e nem todos
interpretam o símbolo ligado a real cultura judaica. Várias pessoas indicam que
esse símbolo na bandeira seria apenas
uma representação de poder e interesses econômicos, o que não corresponderia
às crenças e ideologias de uma parte do país.
É interessante notar que esse símbolo em hebraico é
denominado como “Magen David”, e a palavra Magen é sinônimo de escudo, defesa,
governantes, homem armado, um objeto que proporciona cobertura e proteção ao
corpo durante o combate.
Tradicionalmente, no entanto, o hexagrama também é usado em
diferentes culturas, principalmente entre os esotéricos e feiticeiros. De
acordo com o tipo de seita ou doutrina, os hexagramas costumam variar de
aspecto, mas mantendo sempre a base das seis pontas. Neste contexto, o
hexagrama possui o significado comum de ser um amuleto de proteção e união dos
opostos.
Historiadores indicam que o símbolo é constituído por dois
triângulos, pois no alfabeto hebraico usado na época do Rei Davi o nome
"Davi" era constituído por três letras, e a estrela seria formada
pela sobreposição de duas das três letras do nome Davi.
Outros autores indicam que um dos triângulos representa o
homem e as suas três vertentes (corpo, alma e espírito) e o outro remete para
Deus e os seus vértices expressam a Santíssima Trindade (Deus Pai, Filho e
Espírito Santo).
A Cabala, por exemplo, indica que a Estrela de Davi remete
para o confronto do bem contra o mal, do espiritual contra o físico
(perspectiva semelhante a encontrada na filosofia gnóstica). Além disso, os
doze lados da estrela podem representar as doze tribos de Israel.
Os antigos semitas chamavam ao Deus Saturno de "El",
acredita-se por isso que a palavra Israel é formada por (IS + RA + EL ), Isis,
Ra ( Deidades egípcias) e "El".
Saturno em Caldeu era pronunciado com quatro letras = STUR , cuja numerologia de cada letra originava o 666.
S = 060
. T = 400 , U = 006 , R = 200 . ( 60 + 400 + 6 + 200 É 666 )
O que unificaria o significado das lendas judaicas do hexagrama a de crenças de outras civilizações e culturas conforme veremos mais adiante.
Existem algumas diferenças que costumam passar despercebidas
pela maioria das pessoas entre a Estrela de Davi, representação no
Judaísmo, e os demais hexagramas, utilizados principalmente em rituais ditos pagãos.
De acordo com alguns estudiosos da semiótica e especialistas
em simbologias antigas, o hexagrama da Estrela de Davi é composto por dois
triângulos sobrepostos, formando uma única figura. Por outro lado, os
hexagramas pagãos são formados por triângulos entrelaçados, conforme mostra a
figura abaixo:
Podemos encontrar registros do hexagrama "pagão" na cultura Islâmica, é formado unindo–se o Triângulo da Água com o
Triângulo do Fogo, formando a estrela de seis pontas, também conhecida como
Selo de Salomão. Para os muçulmanos, o hexagrama foi usado por Salomão como um sinete mágico para controlar
demônios e espíritos e esse símbolo é bastante reverenciado pelos ocultistas .
Para estudiosos do alcorão e do antigo testamento, depois de
seu casamento com a filha do faraó em 922 a.c, Salomão construiu altares a Deuses
pagãos Moloque e Astarote, e utilizou diversos símbolos para praticar magia. Um
desses, entre tantos símbolos, era o hexagrama.
Estudando a Goécia que é um dos 5 livros das Chaves de Salomão, vemos que a importância do hexagrama não se dá em isolado, mas sim como uma peça dentre outras junções simbólicas onde o pentagrama é símbolo de evocação, e o hexagrama é símbolo de direcionamento.
Estudando a Goécia que é um dos 5 livros das Chaves de Salomão, vemos que a importância do hexagrama não se dá em isolado, mas sim como uma peça dentre outras junções simbólicas onde o pentagrama é símbolo de evocação, e o hexagrama é símbolo de direcionamento.
Na Goécia, o hexagrama só torna-se útil magisticamente após o mago utilizar o pentagrama (estrela de 5 pontas). Com o pentagrama, Salomão evocava todos os espíritos, mais precisamente os 72 espíritos (demônios) da Goécia e com o hexagrama manipulava-os para suas intenções, podendo assim ter auxilio para construir riquezas, conquistar impérios e vencer as guerras que os registros mostram que venceu.
É desse contexto que Salomão se tornou o protetor dos bruxos e magos, foi o homem que teve o maior poder nas eras antigas, e não a toa é o mais venerado e elogiado por todos da maçonaria como o Rei mais rico da Terra. No antigo testamento ele atinge evidência em Eclesiastes, onde sua filosofia atinge um tom de sabedoria e conhecimento sobre questões físicas e transcendentais do mundo.
Porém, apesar do livro ser atribuído ao rei Salomão – que, segundo o folclore judaico, tinha o poder de controlar os demônios do céu, da terra e do inferno -, o texto da Clavícula não tem real ligação com o legendário soberano judeu. Pela estrutura da composição do texto, ele deve ter sido escrito por volta do sec. XII d.C. provavelmente na região do Império Bizantino, que herdou boa parte do conhecimento clássico e helenístico, inclusive no que se refere ao esoterismo.Muitos dos títulos usados nos textos (Príncipes, Duques, Barões…) não existiam nos tempos bíblicos e, portanto, não poderiam ter sido usados naquela época.
O hexagrama é realmente um símbolo muito poderoso para os
feiticeiros, bruxos e magos! É usado em todas as formas de magia, feitiçaria,
ocultismo e nas previsões astrológicas. Como tem seis pontas e contém um “666”,
o hexagrama é considerado um dos símbolos mais poderosos. O primeiro 6 é
formado pelos lados de cada triângulo encontrados no sentido horário; o segundo
6 é formado pelos lados de cada triângulo quando você segue no sentido anti-horário;
o terceiro 6 é formado pelos lados do hexágono interno.
666
6+66 = 72
Os bruxos acreditavam que o 666 representava a pegada de um
tipo especial de espírito chamado ‘Trud’ e o usavam em cerimônias tanto para
conjurar espíritos quanto para mantê-los afastados.
Em suma, o hexagrama simboliza para magos e
bruxos uma representação específica sobre a alma humana em meio as suas interações
com os planos físicos e extrafísicos, sendo utilizado em cerimônias para
encantamentos, conjurações, sabedoria, purificação e reforço dos poderes
psíquicos. Simboliza os processos de involução e evolução. Com efeito; o
triângulo que aponta para baixo, apresenta a involução da energia divina que
desce, ao passo que o triângulo voltado para cima indica a ascensão dos seres.
É interessante notar que a bíblia retrata o número 666 como
um sinal do apocalipse, da besta. O cristianismo abomina esse sinal. Porém,
entre as pessoas de um modo geral, é utilizado como um simples amuleto de
proteção; entre a sabedoria popular representa o casamento perfeito entre
masculino e feminino, compreensão entre pares ou entre polos energéticos de uma
relação entre duas pessoas.
Pode ser visto em diversas manifestações culturais, na
Maçonaria ele se apresenta também no conceito do 'Grande Arquiteto do Universo'.
Com sua mão formando um a compasso e a espera de um esquadro que o complete, o
principal criador do universo e das coisas, principalmente do mundo material (demiurgo)
independente de uma crença ou religião específica.
Para que se possa ser iniciado na maçonaria, é necessário subentender uma realidade filosófica a priori, mas não um ponto doutrinal, porém, a crença num Ser supremo é ponto indiscutível. O símbolo do 'Grande Arquiteto do Universo' deu origem ao símbolo da Maçonaria que também é um hexagrama e tem um ‘G’ para representar a divindade que é a essência de uma escola de filosofia, moral, e que não pretende concorrer com outras religiões.
Assim, 'Grande Arquiteto do Universo' ou 'G.'.A.'.D.'.U.'.' é uma designação maçônica para uma força superior, criadora de tudo o que existe. Com esta abordagem, permite que maçons muçulmanos, católicos, budistas, espíritas, umbandistas e outros, por exemplo, se reúnam num mesmo espaço maçônico.
No campo da psicanálise, na escola de Carl Gustav Jung, essa união de contrários simboliza a ‘união dos mundos pessoal e temporal do Eu com o mundo não-pessoal e intemporal do não-Eu’. É em definitivo a união da alma com Deus, um patamar de união entre processos conscientes e inconscientes perseguido por todas as religiões através das eras.
Hexagrama na Umbanda
Na Umbanda o hexagrama tem um significado mágico essencial,
porém, não se pode descartar que o símbolo "renasceu" nos terreiros, nesse um pouco mais de cem anos de religião, através de
espíritos (entidades) que o utilizavam em seus trabalhos baseados nos
conhecimentos adquiridos em vidas passadas.
Antigos bruxos, magos, xamãs,
sacerdotes de diversas eras e sociedades, que aprenderam através de
determinadas fontes doutrinárias o uso de elementos simbólicos, forneceram à Umbanda acesso ao seu simbolismo das escritas mágicas, e com o tempo o hexagrama
foi ganhando um significado específico para os umbandistas.
O hexagrama para a Umbanda é uma representação da essência humana:
dividido entre um triângulo superior que significa ascensão, um triângulo inferior
que significa queda, e o meio que significa o livre arbítrio.
Em resumo, o hexagrama
é sinônimo da lei do retorno, onde através da prática da caridade e lapidação
do livre arbítrio nós podemos ascensionar a tipos superiores de consciência e
adquirir novas formas de ver e interpretar o mundo; e em contra partida podemos
fazer escolhas incoerentes com as leis de Deus e cair a planos inferiores de consciência
e esbarrar com as leis cármicas para conseguir através de situações de
angústia, dor e agonia acordar para um novo caminho da fraternidade.
O hexagrama sintetiza toda a filosofia umbandista, onde
todos os caminhos são possíveis, restando a nós humanos a escolha pela auto
lapidação. É um símbolo potente que representa o macrocosmo (Deus, o Universo)
em equilíbrio com o microcosmo (a raça humana, a Terra). É a inércia e o
movimento dos corpos, onde a consciência precisa encontrar constantemente (através das ferramentas disponibilizadas por Deus) um ponto estável e adaptável
aos caminhos da evolução humana em níveis pessoais e coletivos.