Se uma coisa que a Umbanda nos ensina é que não existe o Destino como algo “pré definido”.
Podemos aprender com as situações, mas nada é fixo, e tudo é mutável. O que vivemos hoje não é necessariamente o que tínhamos que viver, pode ser mera consequência, porém fluida para alterarmos com nossas ações.
Se o Destino fosse “pré definido”, seria impossível exercitarmos nosso livre arbítrio, e seria impossível que a lei do retorno pudesse efetuar seu poder entre nós. As coisas afinal são consequências de nossas ações individuais e coletivas, mas nunca pré destinadas a priori.
A perspectiva que os Caboclos e Pretos Velhos nos fornecem a respeito do destino é de que ele é algo sempre em constante processo de construção. É uma ponte que depende da nossa pró atividade para a sua consolidação. Os Ciganos e os Orientais em muito nos enriqueceram nessa percepção da realidade também.
Nada acontece sem a nossa ação. Pois as coisas estão colocadas fisicamente ao nosso redor, as percebemos estética e moralmente... E mesmo energeticamente enquadradas com nossos Carmas, cabe a nós irmos ao caminho delas, levantar da cadeira e seguir de frente ao que ansiamos e o que queremos. Esperar que aconteçam por “achar” que merecemos é pouco.
Tínhamos que conhecer nossos parentes? Tínhamos que conhecer nossos chefes? Nossos amigos? Nossos inimigos?
O kardecismo talvez diga que sim... que temos débitos para acertar com alguns seres humanos, cargas de outras vidas passadas.
Mas a filosofia umbandista não se apega tanto a esses aspectos da lei espiritual kardecista. A Umbanda é a religião das transformações.
Os que chegam até nós estão precisando de mudança, precisam de auxílios energéticos e espirituais que processem curas na carne, no intelecto, na cultura, na matéria... transformações que processem limpezas áuricas, nos chackras, e que abram portais de libertação...
A Liberdade é o que preenche nossa utopia umbandista. Quem vive a Umbanda acima de tudo vive a idealização de Liberdade.
Ninguém faz caridade por obrigação em nosso chão, somos livres para ir e vir em nosso Axé. Somos agentes da Liberdade espiritual, agentes de transformações existenciais.
E para que tais transformações aconteçam precisamos entender que o destino não é um papel já desenhado por Deus. Para o Umbandista o destino é algo ainda a ser desenhado e o poder está no pincel que os Orixás colocam em nossas mãos, no poder que nos concedem de escolher nossos caminhos... Escolher entre o bem ou o mal, entre o fazer ou o esperar, nosso livre arbitrio do qual falava Santo Agostinho.