28 de fev. de 2016

O Sagrado Masculino

Um masculino curado é aquele que com muita coragem, conseguiu resgatar a essência do feminino sagrado dentro de si, e por isso consegue honrar e proteger o feminino que se manifesta fora, na forma de mulher, na forma da Mãe Terra.


Mesmo já tendo nascido com suas camisas de futebol e jogos de lutinha, estes homens decidem conscientemente ser ou não competitivos, pois compreendem os princípios da irmandade, da cooperação e respeito. 

Mesmo que durante toda a sua vida tenham visto o corpo da mulher sendo propaganda de todo tipo de produto (de carro a cerveja), não escolhem suas parceiras pela medida do silicone, pelos músculos definidos do abdome ou por uma bunda perfeita... mas pelo gosto, pelo cheiro, pelo ritmo, pela frequência e conexão da alma, mente e coração. 

Mesmo que a pornografia tenha regido os primeiros movimentos desta sexualidade, o masculino curado já não mais se alimenta de uma psicogenese de fantasias, mas sim de verdadeiras sensações, o que permite que ele realmente se empenhe em conhecer seu corpo e o corpo de uma mulher. 
Ao se relacionar intimamente, o Masculino Curado se aceita vulnerável; mesmo que "homem não chore", este é capaz de entrar em contato com suas emoções, é capaz de externalizar o que sente e de receber os processos internos de outros.

Assim, é totalmente auto responsável na cura e manutenção de suas relações. 
Estes homens, ao terem filhos, sabem que o cuidado não é de exclusividade da mãe; mesmo tendo tido uma infância de carrinho para meninos e bonecas para meninas.

Ao ver sua mulher parideira, o masculino curado honra e admira ainda mais sua parceira, mesmo que tenham dito a ele que a medicina faz o trabalho mais bem feito. 

Mesmo não tendo sido estimulados a se conectar com a Mãe Terra, estes homens são cuidadores, prezam pela sustentabilidade, pelo consumo consciente. 

Por conhecer da Mãe Terra, se tornam capazes de honrar e respeitar os movimentos cíclicos das mulheres. 
Compreendem os ciclos de impermanência da vida, desenvolvendo consciência, estabilidade e equanimidade em seus processos. 
Compreendem seus próprios ciclos de vida; assumindo seus papéis e as responsabilidade de cada novo momento.

Indo além da ditadura da juventude, este homem cíclico se permite também envelhecer; não precisa de mulheres mais jovens e nem de carros maiores. Ele sabe o momento de se retirar, e sabe de sua importância como pilar de manutenção da sabedoria na família e em toda a sociedade.

Eu honro e me curvo diante deste masculino sagrado, que se cura, que tanto se arrisca a reinventar-se, a criar uma nova história, a romper as crenças e padrões. 

E convido a todas as mulheres a fazerem o mesmo, abrindo espaço e dando coragem para que estes amigos, filhos, pais e companheiros possam se redescobrir dentro desta sociedade... de homens e mulheres patriarcais. 

Um grande SALVE a todos os nossos hermanos! 
Por todas as nossas relações, Aha Metakiase!


Fotografia e Texto: Morena Cardoso
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