17 de jan. de 2017

Homem que incendiou Terreiro de Umbanda pega 4 anos de prisão


A Justiça condenou o homem que em setembro de 2016 destruiu o Templo Religioso Hermínio Marques, no distrito de Bueno de Andrada, em Araraquara (SP). Maurício Aparecido Silvério foi condenado a 4 anos de reclusão pelo incêndio criminoso e a 3 meses de detenção por ameaçar uma das mulheres que trabalhavam no local. A pena poderá ser cumprida no regime semiaberto e o acusado poderá aguardar o recurso em liberdade. Procurado pelo G1, o advogado de defesa dele não foi localizado.

Mais de 60 imagens foram quebradas no ataque, e o incêndio destruiu o que restava do prédio onde eram realizadas cerimônias da Umbanda e do Candomblé. Segundo a decisão da juíza Josiane Patricia Cabrini, da 3ª Vara Criminal, a materialidade e autoria dos delitos foi comprovada com laudo e depoimentos.


Advogada Carla Missurino 
que representa  o Templo
O caso

Testemunhas relataram que o acusado começou a frequentar o centro um mês antes do ataque e que se interessou por uma das moças, que trabalhava como médium no local.

Na noite de sábado (10) de setembro, Silvério foi ao espaço participar de uma cerimônia e teve de sair. “Ele começou a gritar, estava descontrolado, exaltado, então os dirigentes do terreiro pediram para o rapaz se retirar e ele ameaçou a menina de morte dizendo que colocaria fogo nela e no Centro”, contou a advogada Carla Missurino, que representa o templo.

A ameaça foi confirmada em juízo pela vítima e por duas testemunhas. "Não há nenhuma razão indicada nos autos, nem mesmo pelo acusado, para se suspeitar do depoimento da vítima e das testemunhas ou razão que o acusassem falsamente pela prática do crime", escreveu a juíza em sua decisão.



Incêndio



O terreiro foi fechado por volta de meia-noite, após o fim dos trabalhos, e menos de duas horas depois equipes do Corpo de Bombeiros já estavam no local tentando apagar o incêndio.

De acordo com a advogada, uma testemunha viu quando Silvério chegou, cortou o alambrado com um alicate, e, com um facão e uma pá, arrombou a porta do centro, que tem mais de 60 anos de história. A testemunha contou que viu um Ford KA de cor champanhe igual ao do réu após o término dos trabalhos no templo. O veículo ficou no local por meia hora.

Já o réu negou todos os fatos e afirmou em depoimento que foi ao local para uma consulta espiritual e saiu por volta das 23h50. Ele disse ainda que não discutiu com a vítima e nunca teve interesse amoroso por ela. O acusado também afirmou que saiu de casa por volta da 1h40 para comprar comida e voltou às 2h40. Ao retornar, foi dormir após tomar Rivotril. A mãe dele disse em depoimento que o filho toma remédios para dormir e depressão há mais ou menos 3 anos.

“Ora, convenhamos que dificilmente, em Bueno de Andrada, haja outro frequentador do local que tenha veículo idêntico ao do réu. Evidente que ele cumpriu a promessa que fez horas antes, de atear fogo no local. A alegação de que, na hora do incêndio e quando os bombeiros foram acionados, o réu estava na cidade de Araraquara, não convence.”

Para a advogada que representa o Templo, a Justiça deu uma rápida resposta ao caso. O centro, entretanto, não existe mais, o espaço está destruído. “As pessoas que frequentavam o local colocam flores lá na frente, choram, porque perderam muita coisa. A população de Bueno de Andrada perdeu uma referência de 60 anos de história”, disse.
Terreiro de Bueno de Andrada 
ficou destruído após incêndio

Mais de 60 imagens foram destruídas















Fonte. g1.globo.com

Um comentário:

  1. Só 4 anos? Regime aberto? Recurso? Q isso? Justiça de vdd, meu pai Xangô!!!

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